Intervenção de
José Brinquete
Secretário-Geral da
CPPME
Debate “A Economia da Cidade e o Trabalho”
Assembleia Municipal Lisboa, 11 Outubro 2016
Exma Senhora
Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa
Caros participantes
No Deabte Temático “A Economia da Cidade e o Trabalho”
A Confederação Portuguesa das
Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) quer, em primeiro lugar, agradecer à
Assembleia Municipal de Lisboa o convite formulado para participar neste
importante Debate.
A CPPME nas suas mais de três
décadas de intervenção, no terreno, em defesa dos Micro, Pequenos e Médios
Empresário (MPME) tem procurado sempre defender os interesses da classe e ao
mesmo tempo a economia nacional.
Tem sido seu objectivo
principal fomentar e defender o associativismo de classe tão importante para o
nosso país e que, por razões óbvias de interesses tão diferentes em relação aos
das grandes empresas, não podem ser representadas e muito menos defendidas
pelas grandes Confederações Empresariais, onde se misturam todo o tipo de
empresas e prevalece o domínio das médias e grandes, nomeadamente na
representatividade das suas direcções.
Posto isto, e indo directamente
ao desafio que nos foi colocado, gostaríamos de dizer o seguinte: não é
possível, nos poucos minutos que temos disponíveis, apresentar em profundidade
os pontos de vista e as propostas da Confederação, sobre a matéria em debate.
No entanto, gostaríamos de deixar
algumas pistas para um debate mais aprofundado, no futuro.
Para abordar a témática «Economia da Cidade e o Trabalho»
torna-se necessário partir de alguns dados pré-existentes, a saber:
O concelho de Lisboa tem quase
50% das empresas da Área Metropolina de Lisboa (AML) e, a AML detêm cerca de
30% das empresas do país.
Quer isto dizer que das, cerca 253
mil empresas que empregam um milhão e duzentos mil trabalhadores com sede
social nos 9 concelhos do distrito, cerca de 97 mil empresas estão sediadas no
concelho de Lisboa, empregando mais de milhão e meio de trabalhadores.
Uma outra leitura interessante
é verificar que das cerca de 97 mil empresas não financeiras sediadas no
concelho mais de 91 mil são micro empresas, sendo 3 800 pequenas empresas,
730 médias empresas e só cerca de 240 são grandes empresas.
Estes dados, fornecidos pela
Autoridade Tributária (AT), deviam-nos remeter, desde logo, para a seguinte
questão: que políticas económicas e fiscais estão a ser tomadas, tanto a nível
Autárquico, como a nível da Assembleia da República e do Governo, tendo em
conta que cerca de 99% das empresas com sede social no concelho são micro e
pequenas?
Também não podemos desconhecer
que quer a Autarquia, quer Associações do sector empresarial, como a AHRESP ou
a UACS, têm desenvolvido interessantes estudos, que nos podem dar alguma pistas
para uma reflexão.
Cremos que todos estamos de
acordo que as actividades económicas que predominam em Lisboa ligam-se
sobretudo à Restauração, Hotelaria e Truismo, ao Comércio e aos Serviços, à
Construção Civil, às Indústrias Criativas, ou aos Transportes, excluindo claro
todos os serviços do Poder Local e do Estado Central e, das actividades
financeiras, dos seguros e de outras nas áreas internacionais.
Ora, sendo as actividades
principais as atrás referidas predominantes, importava também reflectir sobre
os seus principais problemas nas áreas: i) da Fiscalidade (IVA, IRS, IRC “PEC e RS”; ii) do IMI; iii) das Tributações Autónomas); iv) do Crédito “de Fundo de
Maneio e de Investimento”; v) dos
Custos Fixos e de Contexto; vi) de
uma Conta-Corrente entre o Estado e as Empresas; vii) do Arrendamento Comercial; viii) do Apoio Social aos Empresários em caso de insolvência e com
carreira contributiva mínima; ix) e, na
aplicação dos Fundos Comunitários – Portugal 2020.
Por outro lado e, dado que
Lisboa tem o privilégio de no seu território estarem situados os principais
centros do conhecimento, investigação e saber, também importaria reflectir
sobre que novos perfis e modelos de desenvolvimento empresarial queremos para o
futuro.
Na opinião da CPPME, no
imediato, importa pois desenvolver políticas económicas e fiscais amigas dos milhares
e milhares de empreendedores que já estão no terreno e que todos os dias lutam
para manter o seu negócio. Políticas que certamente irão benedificar também os
novos empreendedores, das tão sonhadas Start Up, dado que estas terão de operar
no respeito das mesmas regras das empresas já instaladas.
Há uma coisa que todos sabemos:
sendo as grandes empresas quase residuais, as micro, pequenas e médias empresas
têm um papel fundamental na economia e a sua actividade é dominante na criação
de emprego privado.
Num resumo muito resumido, aqui
ficam alguns pontos para um futuro debate e a disponibilidade da Confederação
para participar nesse debate.
Obrigado pela atenção
dispensada!
Lisboa, 11 de Outubro de 2016
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