quinta-feira, 7 de junho de 2012

COMUNICADO

Enviado a várias entidades, entre as quais Governo, Grupos Parlamentares, Comunicação Social 

OS ERROS …

A CPPME tem visto nos últimos dias confirmarem-se as piores expectativas para o presente e futuro da economia Portuguesa, tal como sempre alertou. Primeiro, através das previsões de quebra no PIB (cerca de 3%), já especialmente sentidas e comprovadas pelas MPME´s do mercado interno nacional. Depois, na descida da receita efectiva do Estado (2,2%) face ao período homólogo de 2011, que comprova clara quebra da actividade económica, em especial através da redução da receita proveniente do IVA, num contexto generalizado de queda de receita dos impostos indirectos, que não têm ainda valores definitivos por haver discrepância entre os números apresentados pelo governo (Direcção Geral do Orçamento) e a Unidade Técnica de Apoio Orçamental, que dobra o valor negativo anunciado pela DGO, isto é, dos 3,5% para os 6,8%. Por último, pela aceleração continua da taxa oficial de desemprego que já se situa em gravíssimos 15,2%, sendo também um dos instrumentos no aumento da despesa pública, que efectivamente subiu 2,6% comparativamente com os primeiros quatro meses do ano passado, de acordo com os dados oficiais.
O dia de segunda-feira foi fértil em declarações governativas, que atestam que o caminho escolhido é para continuar, mesmo que se agravem ainda mais os resultados acima descritos. De manhã, o Ministro das Finanças, entre outras matérias, referiu-se ao facto da Banca vir a ser capitalizada no sentido de financiar a economia e alertou que o Banco de Portugal “está atento à necessidade de não permitir recursos a empresas inviáveis para que o crédito esteja disponível para empresas com futuro” …
A CPPME, questiona desde já : Sr. Ministro, para si o que são empresas com futuro ? Apenas as exportadoras ? O que fazer então a sectores inteiros que pelas suas características nunca serão exportadores ?
À noite, foi vez do Primeiro – Ministro vir dizer que os “Portugueses já não estão à beira do abismo”, o que parece contrariar todos os números apresentados e sobretudo denota um total desconhecimento do estado actual da generalidade das MPME´s deste país, que passam por dificuldades jamais sentidas, sobretudo pela prioridade exacerbada que se está a dar só e apenas ao sector exportador, mas que, por si só, nunca poderá sozinho servir de alavanca a uma economia no estado da Portuguesa.
Estes erros sistemáticos estão liquidar todas as possibilidades da economia nacional poder vir a sobreviver. A CPPME, continua a afirmar e a sublinhar que a receita passa pela produção de investimento estratégico na dinamização de todo mercado interno nacional, desde o terciário, ao primário, passando pelo industrial secundário, onde se situam a esmagadora maioria das empresas nacionais (MPME´s), independentemente das exportações terem papel importante.

João Pedro Soares
Presidente da Direcção


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