terça-feira, 9 de dezembro de 2014





EM DEFESA DO COMÉRCIO LOCAL!

Concelho de Sintra



Pela mão de vários governos e com a cumplicidade do munícipio, o concelho de Sintra assistiu à explosão, como cogumelos, de grandes superfícies e mega centros comerciais, que arrasaram o comércio local de proximidade, com milhares de insolvências e desemprego crescente, dos empresários e seus trabalhadores.

Esta política de “terra queimada” tem levado ao despovoamente de espaços urbanos significativos, à degradação da vivência urbana e por consequência à insegurança nas ruas que, desertas de comércio e serviços, poderão convidar os meliantes a lançar o pânico e o medo junto dos cidadãos, sobretudo os mais idosos.

Enquanto continua o favorecimento às grandes cadeias de distribuição - em acessos, estacionamentos, apoios comunitários a empregos precários e salários depauperados - as zonas de comércio tradicional no concelho continuam a esbarrar com dificuldades de acessos, estacionamentos, impostos, taxas, taxinhas e mil e um impedimentos para desenvolverem o seu negócio.

Para agravar toda esta situação, surge agora o Plano de Pormenor de Abrunheira Norte que está em consulta pública até ao próximo dia 12 de Dezembro e pretende alterar o Plano Director Municipal de Sintra (PDM-S), para aí construir uma “mega cidade de consumo”.

Ainda recentemente foi aprovado a construção de mais um Centro Comercial Jumbo (entre a saída de Mem Martins do Itenerário Complementar IC19 e a Estrada Nacional 249) com área bruta de constução de 14.693 m2, que vai ocupar um terreno de 84.941 m2, em frente ao Lidl e nas próximidades do Fórum Sintra e do Retail Park, do lado oposto do IC19.

Os dados da Direcção Geral das Actividades Económicas indicam que já existem cerca de 396.180,30 m2 de área comercial construída na área de influência desta futura “nova cidade de consumo” que agora se pretende construir.

Temos de ser razoáveis!

Trata-se de uma alteração que, a ser aprovada, constituirá uma pesada densificação do tecido urbano do Concelho, enfraquecendo ainda mais o espaço urbano consolidado e a precisar constantemente de requalificação e animação comercial.

Por outro lado, a construção desta “mega cidade de consumo” dar-se-há numa área de aproximação a Sintra Património Mundial.
Acresce que no Concelho de Sintra, existe solo urbano suficiente para dar resposta a três vezes o valor do crescimento de fogos registado no último período censitário e a sete vezes o crescimento populacional verificado em igual período.

Tal como o Núcleo de Sintra da CPPME teve ocasião de propor, nomeadamente no Conselho Económico e Social de Sintra de que faz parte, o concelho de Sintra precisa:

  1. Do relançamento da atividade comercial, que passará necessariamente pela melhoria do poder de compra dos Sintrenses. Não serão certamente novas megas áreas comerciais que resolvem qualquer problema, antes um urbanismo comercial assente na coexistência, nas nossas ruas, de micro, pequenas e médias empresas com as grandes marcas globais.
  2. Em simultâneo o munícipio terá de, no âmbito das suas competências que são bastantes, aprovar novas medidas na área das taxas, coimas, derrama, IMI, etc. que aliviem a tesouraria dos micro e pequenos empresários do concelho, e aprovar um Plano Estratégico de Mobilidade e Segurança Urbana por cada um dos núcleos urbanos.
Esta dura realidade comprova a justeza e acerto das propostas da CPPME. A CPPME insiste na necessidade de uma política alternativa que garanta o investimento produtivo, a criação de empregos e dinamize o mercado interno nacional. São essenciais políticas diferentes, nas áreas da fiscalidade,  do crédito, da redução dos custos fixos. É imperativa a revogação da lei dos despejos comerciais, a boa aplicação dos fundos comunitários (garantindo o acesso às Micro e Pequenas Empresas) e o aumento do poder de compra dos portugueses.

Sintra, 03 de Dezembro de 2014



O NÚCLEO DE SINTRA DA CPPME



Contacto:
  • António Damasceno

     – Coordenador do Núcelo de Sintra da CPPME – Tlm 964 532 987 

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