terça-feira, 15 de janeiro de 2013

DOCUMENTO DA CPPME APRESENTADO NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA


Unir os Micro, Pequenos e Médios Empresários

 

A Confederação das Micro, Pequenas e Médias Empresas – CPPME considera que o ano que agora se inicia (2013) será um ano que nada trará de bom para as MPME, a não ser que sejam interrompidas as políticas económicas que vêem sendo implementadas.

 

Efectivamente, com a aprovação e promulgação do Orçamento de Estado para 2013 confirmaram-se as previsões da CPPME: um feroz aumento da carga fiscal sobre as empresas, a ausência de uma efectiva política de dinamização da economia nacional e consequente criação de emprego. O Governo continuará erradamente a apostar na contracção do mercado interno, penalizando brutalmente as micro e pequenas empresas, os salários e as reformas e, de uma forma clara, a actividade produtiva virada para o mercado interno nacional.

 

O Orçamento de Estado para 2013 reflecte interesses estranhos aos micro e pequenos empresários e à economia portuguesa. O Governo pretende levar o mais longe possível: o empobrecimento dos portugueses e a extorsão da riqueza e dos recursos nacionais, em benefício daqueles que têm especulado com a dívida (pública e privada).

 

Depois de um ano de 2012 de recessão permanente, a situação geral do País em vez de melhorar vai piorar. O Governo está a levar os portugueses e o País para uma verdadeira catástrofe, porque com o aumento generalizado de impostos reduz os contribuintes à insolvência, levará à falência dezenas de milhares de empresas e, consequentemente, a factura social irá agravar-se. Um País com uma economia frágil não pode ter uma carga fiscal tão pesada!

 

Perante o eminente desastre nacional que se aproxima, a CPPME está disponível para apresentar soluções alternativas, na linha do que tem feito, junto dos vários órgãos de poder (Assembleia da República, Presidente da República, Governo e Pode Local).

Porque, as propostas do OE colocam em causa a democracia e ameaçam a soberania nacional.

Porque, torna-se cada vez mais claro que a aplicação do Memorando da tróica compromete gravemente o crescimento e o desenvolvimento do País.

Porque, o aumento da dívida castra qualquer possibilidade de Portugal sair da crise em que foi mergulhado.

 

A CPPME também quer denunciar os verdadeiros perigos das medidas constantes no relatório do FMI que, não só pretendem distrair a opinião pública do desastre previsto com a aplicação do OE, como a serem aplicadas em 2014 ultrapassariam tudo o que é racional num País que se diz democrático e independente.

 

Por outro lado, a CPPME considera da maior importância a discussão, com transparência, dos critérios e das verbas previstas para o novo Quadro Comunitário de Apoio para o período de 2014/2020, mas não alinha na demagogia que o Governo está a fazer, como foi o caso das iniciativas realizadas na passada semana em Lisboa e em Braga, por parte dos senhores Primeiro-ministro e Ministro das Finanças. Ao mesmo tempo que exige do Governo medidas adequadas à boa aplicação dos Fundos do QREN, a vigorar até 31 de Dezembro deste ano, dado que a recente reprogramação do QREN não corresponde às reais necessidades da economia portuguesa (como são os casos: do Plano Estratégico “Impulso Jovem”, o Programa “Revitalizar” ou a Linha PME “Crescimento”).

 

Por outro lado, a CPPME chama a atenção para um conjunto de medidas anunciadas que mais não passam de manobras dilatórias do Governo, que não correspondem às reivindicações legítimas dos MPME, como sejam as medidas referentes: ao IVA de Caixa, à Facturação Electrónica e ao Apoio Social (sobre estas questões, em momento oportuno a CPPME tomou posição detalhada, posições que são do conhecimento geral).

 

A CPPME quer reafirmar que os principais problemas dos MPME prendem-se essencialmente com: a Fiscalidade (IVA, IRS, IRC, IMI, PEC e PPC); o acesso ao Crédito; a nova Lei do Arrendamento «Arrendamento não Habitacional»; o Apoio Social; e, não menos importante, o baixo poder de compra dos portugueses.

 

A CPPME, na última reunião do Executivo da Direcção, não só fez a análise da actual situação dos MPME, que aqui fica expressa, como decidiu:

 

·        Manifestar, mais uma vez, a sua total solidariedade com os vários sectores de actividade económica que estão a atravessar maiores dificuldades e com a sua luta, nomeadamente com os Empresários da Restauração e Bebidas, do Comércio e Serviços, das Farmácias, do sector Automóvel, da Construção e Imobiliários, Feirantes de Parques de Diversão, entre outros;

 

 

·         Apelar a todas as Associações Comerciais, Industriais e Serviços do País (associadas e não associadas na CPPME), para que manifestem a sua indignação e apresentem as legítimas reivindicações dos Empresários, seus associados, sem quaisquer constrangimentos e das formas que entenderem como mais adequadas, junto dos órgãos do poder (Poder Local e Pode Central);

·        Continuar a valorizar as reuniões de trabalho com os órgãos da tutela, como forma de resolver ou propor para resolução algumas questões dos MPME, mesmo que pontuais, de que são exemplos as recentes reuniões de trabalho com a Autoridade Tributária (AT), o IAPMEI e o IEFP – aguardando com natural expectativa as audiências solicitadas ou a solicitar com: os Ministros da Economia; da Solidariedade e Segurança Social; do Ambiente e do Ordenamento do Território; e, com o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais;

·        Realizar por todo o País Encontros, Reuniões e Debates com Empresários, de forma a acompanhar o desenvolvimento da situação, construir propostas alternativas e organizar a resistência às políticas de desastre em marcha (estão desde já marcadas iniciativas para Faro, Porto, Coimbra, Évora, Cascais e Sintra);

·        Não excluir a vinda para a rua, dando ainda maior visibilidade à nossa razão e às nossas propostas, a exemplo da Vigília efectuada frente ao Ministério da Economia, no fim do ano que terminou.

 

Seixal, 15 de Janeiro de 2013

 

 

O Executivo da Direcção da CPPME

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