quinta-feira, 22 de outubro de 2020

 


O PAÍS PRECISA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Proposta de Orçamento de Estado não responde a estas exigências

 

A proposta do Orçamento do Estado para 2021, apresentada pelo Governo à Assembleia da República, é uma desilusão completa para os Micro, Pequenos e Médios Empresários (MPME).

As propostas que a CPPME tem vindo a apresentar ao Governo - tanto para atacar a crise económica em resultado do Covid 19, como para garantir a sustentabilidade do tecido empresarial no futuro - infelizmente, mais uma vez, ficaram nas gavetas dos ministérios.

O País precisa de uma estratégia económica com o objetivo de superar a atual crise e criar as bases para colocar Portugal numa linha de crescimento e desenvolvimento.

Perante tantos problemas por resolver, a proposta de OE/2021 podia ser uma oportunidade para dar esperança a milhares de micro e pequenos empresários, precisamente a esmagadora maioria das empresas portuguesas, que estão a viver tempos de angústia e desânimo. A eliminação do agravamento das tributações autónomas no caso de prejuízos em 2020 ou 2021, é muito pouco face às necessidades.

Acontece que, mesmo medidas positivas aprovadas na Assembleia da República para as micro e pequenas empresas, são boicotadas e desvirtuadas pelo Governo, como foram recentemente os casos:

i) Do Despacho n.º 8320/2020, de 28 de agosto, do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que vem contrariar a Lei n.º 29/2020, no que concerne à isenção das micro, pequenas e médias empresas no pagamento do Pagamento Por Conta (PPC), no ano em curso, devendo ser tributadas em sede de IRC, sobre seus reais rendimentos.

ii) As regras estabelecidas pela Segurança Social, Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para o apoio aos Sócios Gerentes, que contrariam o que foi aprovado na Assembleia da República, aquando da aprovação do Orçamento Suplementar.

O mesmo está a acontecer com o não cumprimento, por parte do Governo, relativamente á redução do IVA da Restauração, dando cumprimento ao Artº 241, do Orçamento de Estado de 2018.

A CPPME, do conjunto das propostas que tem vindo a apresentar, considera como imprescindíveis para o momento presente:

1. Criação de uma política de crédito com instrumentos financeiros e condições (garantias, spreads, comissões) para capitalização, investimento ou tesouraria ajustados às MPME, nomeadamente um Fundo de Tesouraria.

2. Suspensão do Pagamento por Conta (PPC) durante o período em que vigorarem as medidas restritivas ao funcionamento das atividades económicas, passando a aplicar-se consoante o resultado do exercício o pagamento real apurado de IRC.

3. Redução do IVA da Restauração para 13%, nos produtos não alimentares.

4. Redução do IVA de 23% para 21%, permitindo o crescimento e o desenvolvimento da economia nacional.

5. Eliminação de todos os impedimentos que as micro e pequenas empresas têm no acesso à legislação que estabelece e regula os apoios aos empresários, nomeadamente dívidas ao Fisco e à Segurança Social, incidentes bancários das empresas ou dos seus titulares, resultados e demonstrações de exercícios de anos anteriores.

6. Criação de um Gabinete de Apoio Directo às Micro e Pequenas Empresas, junto do Ministério da Economia.

A CPPME espera e exige que o Orçamento de Estado que for a votação final global, no dia 26 de novembro, dê um sinal muito claro no sentido de que as micro e pequenas empresas disponham de instrumentos que lhe permitam resistir e relançar a recuperação dos seus negócios.

Por tudo isso, na fase da discussão na especialidade, a CPPME irá solicitar audiências as todos os Grupos Parlamentares para os sensibilizar para as suas propostas.

Seixal, 20 de outubro de 2020


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